domingo, 10 de agosto de 2008

Mutilação Genital


Hoje falo-vos de (na minha opinião) um dos maiores crimes cometidos pela ignorância e crueldade dos homens de cultura muçulmana. Dizem-se pessoas dignas aos olhos do seu Deus, e vivem segundo as suas leis, mas que Deus é este que permite tamanha atrocidade para com a dignidade das mulheres?
A mutilação genital feminina é um acontecimento comum em vários países de cultura muçulmana, mas apresento aqui um caso em concreto que se passou na Somália. Waris Dirie é uma mulher somali, nascida em 1965, proveniente de uma família nómada, tinha vários irmãos e irmãs e foram todos educados segundo a cultura muçulmana. Assim como as suas irmãs mais velhas e todas as mulheres da região, aos cinco anos de idade, Waris foi levada para o meio do deserto onde uma mulher lhe excisou o clítoris com uma lâmina de barbear e de seguida lhe coseu os grandes lábios deixando apenas um pequeno orifício que permitia a saída de urina e, mais tarde, fluido menstrual. Depois deste procedimento, Waris permaneceu vários dias no deserto, sozinha, completamente infeccionada e com febres altíssimas. Note-se que muitas mulheres não sobrevivem a esta fase, pois morrem de septicemia. Waris sobreviveu…
Inicialmente, para ela, tudo isso parecia ser normal, era um ritual pelo qual todas as mulheres passam, pois só assim podem ser puras aos olhos do homem. Mulher não excisada nunca poderia casar. Na noite do casamento, as mulheres são brutalmente “descosidas” doa o que doer..
Aos 13 anos Waris conseguiu fugir da Somália, na tentativa de escapar a um casamento forçado com um homem de cerca de 80 anos de idade. Foi viver para Londres e tornou-se modelo profissional. Foi imagem das mais variadas marcas prestigiadas e chegou a participar num filme do James Bond. Hoje em dia é embaixadora da ONU na luta contra a mutilação genital e é autora de três livros onde retrata a sua história.
Waris Dirie é um exemplo para todas nós, depois de conhecermos a história dela sentimo-nos com sorte por vivermos tão livres..não há uma cultura melhor do que a outra, mas eu não posso concordar com uma cultura onde não há o mínimo de respeito pela honra e dignidade da mulher.

Waris, estamos contigo!

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